O distrito de Tebas, em Leopoldina, foi palco neste fim de
semana, do mais puro samba de raiz com a realização do Conversa de Botequim: comida de buteco, festival de doces e artesanato
de Tebas, realizado pela Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo em
parceria com a AMOTE – Associação dos Moradores de Tebas e com a AGROPET –
Associação dos Agricultores de Tebas.
Com cerca de 2.500 pessoas na sexta e no sábado, os botecos
ao redor da praça central de Tebas ficaram lotados e o que se via era uma
infinita lista de filhos da terra que moram em outras cidades e que voltaram
especialmente para o evento. Era possível também perceber a presença de
moradores da região, muitos carros de Cataguases, Argirita, Recreio e Laranjal.
O Prefeito Bené Guedes, que abriu as festividades do
Conversa, ressaltou ainda a importância esportiva e política do distrito para
Leopoldina ao elencar nomes expressivos que vestiram a camisa do E.C Tebano e
dos políticos nascidos em Tebas. Bené falou também dos seus secretários que
possuem raízes em Tebas: Ricardo Ávila, Administração, Sérgio Lupatini, Governo,
e Rosângela Lima, Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, e idealizadora do projeto. Ao
se dirigir ao público, Rosângela lembrou sua infância no distrito e afirmou que
a realização do evento onde foi criada era a concretização de um sonho.
A primeira apresentação do Conversa ficou com o grupo Nó na
madeira que tocou clássicos do samba e músicas de autoria própria conduzida
pela voz marcante da vocalista Janaína. Em seguida, foi a vez de Noca da
Portela. Antes de seu show, Noca lembrou que ficou em Leopoldina até os 5 anos
de idade, antes de se mudar para o Rio de Janeiro e deixar de ser Oswaldo
Pereira para se transformar em Noca da Portela. Noca apresentou seu último show
“A cor da minha raça” e levou o público ao delírio ao se declarar um apaixonado
por sua cidade e ter vindo tão pouco a ela, sendo esta apenas a terceira
apresentação em Leopoldina ou distrito. Na edição deste ano, o Conversa de
Botequim homenageia o sambista Noel Rosa, cujo o slogan foi “A vocação musical
de Noel é doce herança tebana”, que possui vários antepassados em Tebas. Ao
afirmar que a edição do próximo ano homenageará o próprio Noca, Rosângela fez o
músico de 80 anos ir às lágrimas. “É muita emoção, para mim, fico muito honrado
com a homenagem que me proporcionarão”, ressaltou Noca.
Praça central e butecos de Tebas ficoram lotados |
A segunda noite do Conversa teve uma programação extensa e
recheada de animação. Mais uma vez, a praça central de Tebas viu os seus
arredores totalmente lotados de turistas que foram prestigiar o Conversa. A
banda Nó na madeira abriu a segunda noite de shows e foi seguida pelo
fantástico Ataulpho Alves Júnior que comandou, por pouco mais de uma hora, o
palco e a plateia de maneira impressionante. Ataulpho chamou os presentes a
cantarem refrões de verdadeiros hinos do samba, como, por exemplo,
“Tristeza, por favor, vai embora...” “Reconhece a queda, não desanima,
levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. Encerrando o segundo dia de
shows, a cantora Maria Alcina levou o público ao delírio ao se declarar
apaixonada pelo Conversa de Botequim e por Tebas e pelas manifestações de
carinho, através de pedidos de músicas suas, fotos e autógrafos. Maria pôs o
povo para dançar e terminou seu show com Fio Maravilha, já que a plateia, em
coro, não deixou a cantora sair do palco antes de cantar seu maior sucesso, que
a tornou conhecida nacionalmente, após o festival de 1972.
No domingo, a programação ficou por conta do grupo Amigos do
Choro e da Banda Kata Kata que fizeram uma matinê digna de um festival que,
além de boa música, aqueceu o comércio do distrito de Tebas ao levar turistas
que compraram artesanatos, os famosos doces de Tebas e provaram as comidas de
botequim de vários botecos. Nesse quesito, venceu o mais original: Asa de
Frango recheada, do Bar do Puca.
Ionara e Puca, casal proprietário do "Bar do Puca" |
Para os proprietários, Paulo Henrique, o “Puca”, e Ionara,
foi uma surpresa terem vencido a disputa, pois o “Bar do Puca” é o que fica
mais distante do local onde aconteciam os shows. “Na sexta-feira, eram 9 da
noite e não tinha ninguém em nosso buteco, estava até desanimado, mas, de
repente, começou a chegar tanta gente que não tínhamos mais nada para vender no
domingo, graças a Deus, revelou Ionara.
O Conversa de Botequim encerra-se com um saldo muito
positivo e ainda elevou a auto estima da população ao perceber que é possível
movimentar sua economia com o que Tebas tem de melhor: comida boa, doces
deliciosos, vocação musical e gente simpática e muito acolhedora. Esse foi a
chave para o chave para o sucesso do Conversa.
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