No ano em que se comemoram os 100 anos de publicação
do livro EU, do poeta Augusto dos Anjos, a memória deste singular nome da
poesia brasileira ganhará um Museu todo ele dedicado à sua produção poética em
Leopoldina, onde faleceu em 1914 e encontra-se sepultado.
A casa onde morou o poeta paraibano, enquanto morou na
cidade, de maio a novembro, localizada na rua Barão de Cotegipe, na região
central, foi, durante muito tempo, alvo da luta de membros do Conselho
Municipal de Patrimônio, da OSCIP Felizcidade e de admiradores de sua poesia
para que ela fosse mantida como “Espaço dos Anjos”, nome dado por Luiz Raphael,
artista plástico que morou por anos na casa e era conhecido como “o mordomo de
Augusto” , por manter documentos e inúmeros recortes de jornais acerca do
trabalho de Augusto dos Anjos.
Avaliados em cerca de R$300.000,00, o restauro, a
ampliação e a compra dos móveis e equipamentos para o Museu foram viabilizados
graças aos recursos advindos do ICMS Cultural, que o município passou a receber
nos últimos anos, como prova das ações culturais e de incentivo às
manifestações culturais feitas na cidade.
Para a Secretária de Cultura de Leopoldina, Rosângela
Lima, foi uma vitória coletiva a inauguração deste Museu. “Sou conselheira há
14 anos e sempre tive o sonho de ver essa casa como ela está hoje, pronta para
receber visitantes do Brasil inteiro. Tivemos muito cuidado em deixar a casa
muito próxima do que era no início do século passado, fazendo alusão ao
elemento arquitetural da época, mas foi necessária a inserção de algumas
informações nas paredes até para que apresentássemos melhor sua poesia para os
visitantes, pois, embora sejam de grande impacto, seus versos, causam, muitas
vezes, estranhamento numa primeira leitura.”
No acervo do Museu estão alguns pertences de Augusto,
como o convite de casamento com D. Esther, fragmentos de cartas e fotos do
poeta. Na verdade, é um acervo que começa pequeno, mas temos, inclusive, a promessa
de Alexei Bueno, um dos maiores especialistas em Augusto dos Anjos, em doar
fotos e a primeira edição do livro EU para o museu, após sua morte, ressalta
Geraldo Filho, Superintendente de Cultura.
Nosso próximo passo será encaminhar junto ao IPHAN, com
a ajuda de Alexei Bueno, que se comprometeu em uma de suas palestras em
Leopoldina sobre Augusto dos Anjos, a nos ajudar a elaborar o processo de
solicitação do tombamento da Casa Augusto dos Anjos a nível federal, permitindo
a Leopoldina não só a sua projeção nacional, bem como a atender um dos
critérios para participação do próximo edital do PAC – Cidades Históricas,
ressalta Rosângela Lima, também presidente do Conselho Municipal de Patrimônio
Cultural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário